Estelamare viveu de 19 de janeiro de 1968 a 30 de junho de 2014.
Sua vida foi dedicada à dança e ao ensino da arte como veículo para uma nova consciência.
Estelamare foi coreógrafa, bailarina e educadora artística. Seu trabalho se baseava no auto-conhecimento e na pesquisa corporal por meio de diferentes linguagens. Se manteve em formação continuada até o fim de sua vida, sempre se desafiando e desbravando novas áreas do conhecimento. Nessa jornada se formou em dança contemporânea, dança clássica indiana, capoeira, pilates e antroposofia.
Como educadora, compartilhava vivamente com seus alunos esse espírito simultaneamente experimental e disciplinado, sempre curiosa e atenta ao mundo ao seu redor e aos conhecimentos ancestrais da humanidade. Criou muitos trabalhos com seus alunos, aproximando amadores e profissionais e compartilhando com todos a verve da contínua investigação e desenvolvimento de si. Sobre que dança ensinava nas suas aulas, disse uma vez: "Eu digo que é um estilo de cura porque ele fortalece o corpo e firma a nossa presença na terra. Eu tento desenvolver a expressão para chegar no coração das pessoas".
Nas suas criações Estelamare desenvolveu uma pesquisa particular e profunda, baseada principalmente em três linguagens de dança: dança contemporânea, dança clássica indiana (Bharatanatyam e Katakhali) e capoeira de angola.
A partir disso foi criando uma linguagem corporal própria, onde a liberdade e a fluidez do corpo se combinam a uma base sólida, rítmica, ágil, desenhando linhas geométricas no corpo e no espaço. Bebendo da poesia e da mitologia indiana e afro-brasileira como fonte inspiradora, Estelamare criou uma linguagem original e simbólica.
Em seu processo de criação e pedagogia propunha questionamentos e reflexões como:
- Para onde caminha a humanidade?
- A cultura do medo
- Nossa postura em relação a devastação da Amazônia
- Como criar um território comum dentro da arte?
- O comprometimento que cada um deve ter com os outros
- Arte não como conceito, mas como veículo para uma nova consciência.
- Os limites do corpo
- O tempo
- O corpo brasileiro, inspirado em arquétipos do mundo contemporâneo - este corpo em processo de mudança e em plena criação é um desafio que propõe à corporalidade e à identidade uma contínua construção e desconstrução.
Como seus livros de referência, apontava:
- Grande Sertões Veredas, João Guimarães Rosa
- O ponto de mutação, Fritjof Capra
- Poemas Místicos, Rumi
- O Herói de Mil Faces, Joseph Campbell
- As Mil Máscaras de Deus, Joseph Campbell
- Diarios Indios – Os Urubus Caapor, Darcy Ribeiro
- Orixás, Pierre Verge
- A Capoeira na Bahia de todos os Santos, Antonio Liberac Pires
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